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Rabobank Agroinfo Setembro 2025Pesquisa
Suco de Laranja
Clima favorável traz otimismo em relação à safra atual, enquanto que os preços já refletem um cenário de maior equilíbrio entre oferta e demanda global.

Foco volta aos fundamentos após definição das tarifas
A decisão de manter as tarifas de exportação do suco de laranja brasileiro para os Estados Unidos em 10%, além dos atuais US$ 415/tonelada, evitando o aumento para 50%, trouxe alívio ao mercado. Um cenário extremo com tarifa de 50% teria causado grandes disrupções, exigindo aumentos significativos nos preços globais do suco, já que outros compradores teriam que competir com os clientes dos EUA. A relevância do suco brasileiro nos EUA, responsável por dois terços das importações, ajudou a trazer racionalidade à decisão final de não taxar em 50% o suco brasileiro.
A definição da tarifa, ao menos por enquanto, contribui para uma mudança rumo ao equilíbrio de mercado, com os fundamentos apontando para uma perspectiva mais estável na safra 2025/26. Como resultado, os preços do suco de laranja apresentaram queda e estão sendo negociados em torno de US$ 2,50/libra, após ultrapassarem US$ 3,00/libra quando foi anunciada a possibilidade de tarifa de 50%. Com a recuperação da produção brasileira em 2025/26, espera-se que a oferta global retorne a cerca de 1,4 milhão de toneladas métricas. A demanda, por sua vez, deve crescer de forma estável, porém limitada, sem expectativa de recuperação significativa neste ciclo, alcançando cerca de 1,2 milhão de toneladas métricas em 2025/26.
Espera-se que o equilíbrio entre oferta e demanda volte a gerar excedente até o final da safra 2025/26, permitindo a recuperação dos estoques globais após cinco anos de queda. Os preços globais já refletem um certo equilíbrio e devem apresentar menor volatilidade após a definição das tarifas.
No entanto, diversos fatores de risco podem influenciar essa trajetória: Os principais riscos para a perspectiva de preços incluem a possibilidade de queda na demanda: se a demanda não se estabilizar e continuar a cair enquanto a oferta se recupera, o excedente pode aumentar, pressionando os preços negativamente. Por outro lado, os riscos climáticos para a safra 2025/26 parecem ser limitados segundo projeções atuais de clima.
Os preços da fruta também caíram em 2025 em comparação com os níveis recordes observados em 2024. Após uma caixa de 90 lb ser negociada por mais de R$ 90 no final de 2024 e início de 2025, a mesma caixa agora está sendo negociada entre R$ 45 e R$ 50. Isso é uma boa notícia para os processadores, já que o principal custo deles é a fruta in natura. Assim, apesar da queda nos preços do suco, os preços mais moderados da fruta ajudarão os processadores a atravessar a safra 2025/26.
Pontos de Atenção:
Safra maior deve trazer alta nas exportações
Exportações brasileiras últimos 12 meses (FCOJ equivalente), 2022-2025

Futuros FCOJ ICE – (primeiro vencimento), 2022-2025
