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Clima
Julho e agosto foram marcados por clima contrastante no Brasil, com calor intenso, geadas pontuais e chuvas irregulares — mas o tempo seco favoreceu a colheita de cereais, algodão, cana e café.

Clima brasileiro: entre o calor e o frio
Durante os meses de julho e agosto, o Brasil apresentou um padrão climático contrastante entre suas regiões. As temperaturas ficaram acima da média em grande parte do território nacional, com destaque para o Centro-Oeste, Sudeste e MATOPIBA. Em cidades como Cuiabá, os termômetros ultrapassaram os 37°C, evidenciando o calor intenso.
Paralelamente, frentes frias atingiram o Sul e partes do Sudeste, provocando geadas de intensidade leve a moderada. Esses eventos causaram estresse fisiológico em algumas culturas, com impactos mais relevantes reportados no café na região do Cerrado Mineiro.
A distribuição das chuvas foi irregular. Enquanto o Norte e o litoral do Nordeste registraram volumes acima da média, favorecendo culturas como feijão e milho, áreas como o sudoeste do Pará, Rondônia, Tocantins, Goiás e Minas Gerais enfrentaram um período mais seco, comprometendo as pastagens. No Centro-Oeste, as condições foram favoráveis para a colheita do milho de segunda safra e do algodão. Já no Sudeste, culturas como café e cana-de-açúcar também se beneficiaram do clima seco, que favoreceu o avanço da colheita.
No Sul, o excesso de chuvas e o risco de geadas dificultaram a semeadura dos cultivos de inverno. Apesar das temperaturas baixas no Paraná, a produtividade não foi afetada.
No setor cafeeiro, houve episódios pontuais de granizo e chuvas no sul de Minas, sem grandes impactos significativos em nível nacional. A safra de laranja começou sob chuvas esparsas e temperaturas abaixo da média.
Na cana-de-açúcar, 100 milhões de toneladas foram colhidas em julho. Apesar da baixa qualidade da matéria-prima, a porcentagem de cana destinado ao açúcar compensou parcialmente o rendimento. Ainda assim, há preocupação de que a produção total de açúcar da safra 2025/26 fique abaixo de 40 milhões de toneladas.
As condições atuais do ENSO indicam neutralidade, com temperaturas do Pacífico Equatorial próximas à média. A previsão aponta para continuidade desse padrão até o fim do inverno de 2025, com 56% de probabilidade. A partir da primavera, espera-se uma breve transição para La Niña, seguida de retorno à neutralidade, o que poderá influenciar os padrões de chuva e temperatura nos próximos meses.
Pontos de Atenção
A partir de setembro, o setor de grãos volta sua atenção para o regime de chuvas, essencial para o início da safra 2025/26. A regularidade das precipitações será decisiva para o sucesso da semeadura. Instabilidades climáticas podem comprometer o calendário agrícola e aumentar a volatilidade nos mercados de grãos.
Clima
Previsão de anomalias de precipitação (mm) Setembro – Outubro – Novembro

Previsão de anomalias de temperatura (ºC) Setembro – Outubro – Novembro
