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Rabobank Agroinfo Setembro 2025Pesquisa
Leite
Oferta ainda crescendo, mas em um ritmo menor após uma alta expressiva no segundo trimestre. As margens dos produtores permanecem positivas, com custos baixos.

Crescimento da produção continua, mas perde ritmo
A produção de leite no Brasil ganhou força no segundo trimestre, avançando a uma taxa anualizada de 9,3% — o crescimento mais rápido em mais de uma década. Condições climáticas favoráveis e margens melhores para os produtores, impulsionadas pela queda nos preços do farelo de soja e do milho, contribuíram para o aumento da produção.
Os preços do leite começaram a cair no terceiro trimestre, à medida que a oferta aumentou nos principais estados produtores. Segundo o Cepea, o preço médio do leite pago ao produtor em julho foi de R$ 2,65 por litro (USD 5,49/litro), abaixo dos R$2,82 por litro em abril (USD 5,52/litro), ajustados pela inflação. Apesar da tendência de queda, os preços continuam relativamente sustentados devido à demanda mais forte do que o esperado. O RaboResearch revisa a previsão de crescimento da produção de leite em 2025 para 6,5%.
A produção brasileira de leite aumentou 6,8% no primeiro semestre de 2025, com base em dados preliminares do IBGE. Espera-se que o crescimento se modere ligeiramente no segundo semestre, com um aumento anualizado de 6,2%, refletindo o efeito de base elevado do segundo trimestre e dados comparativos mais fracos ano a ano.
Segundo a última pesquisa do Banco Central (BCB), publicada em 25 de agosto, economistas projetam um crescimento do PIB de 2,18% para 2025, abaixo dos 3,4% registrados em 2024, mas acima do esperado, considerando as condições monetárias restritivas. Enquanto isso, as expectativas de inflação caíram para 4,86%, ante 5,68% em março. Embora os desequilíbrios fiscais continuem sendo uma preocupação, as taxas de juros mais altas ajudaram a ancorar parcialmente as expectativas de inflação e a fortalecer o real em 12% frente ao dólar desde janeiro.
O desemprego permanece historicamente baixo, abaixo de 7%. Embora o crescimento da renda real tenha desacelerado, as compras de alimentos não sofreram queda significativa. Isso levou a uma perspectiva mais otimista em comparação com o relatório anterior, com a maioria das empresas prevendo crescimento estável a moderado nas vendas de laticínios no segundo semestre. Expectativas de demanda ligeiramente mais fortes também podem ajudar a conter a queda nos preços do leite no final do terceiro trimestre e início do quarto, quando a produção sazonal mais alta tende a reduzir os preços pagos ao produtor.
Pontos de Atenção:
Preços sob pressão com oferta elevada
Leite UHT no varejo em SP (deflacionado)

Preço líquido pago ao produtor (deflacionado)
