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Rabobank Agroinfo Setembro 2025Pesquisa
Insumos Agrícolas
Apesar do aumento nos custos com fertilizantes, o Brasil deve apresentar alta nas entregas de fertilizantes, o que pode representar um novo recorde para o país.

Demanda alta por fertilizantes apesar do financeiro apertado
Com a proximidade da safra de soja, que se inicia em setembro, começam a surgir algumas definições importantes, entre elas, a de que os fertilizantes serão os principais responsáveis pelo aumento nos custos de produção. Esse fator intensifica o desafio da já delicada situação financeira enfrentada por muitos produtores rurais. Ainda assim, a demanda no Brasil permanece forte neste ano.
Para a próxima safra, segundo análises do RaboResearch, os custos com soja devem apresentar um aumento de aproximadamente 10% em relação à safra anterior. Esse crescimento será impulsionado, principalmente, pela elevação nos preços do fósforo e do cloreto de potássio (KCl).
No caso do fósforo, a baixa oferta global de MAP continua sendo o principal fator por trás da alta nos preços. Esse cenário tem levado os produtores a buscarem fontes alternativas, como o Super Simples (SSP) e o Super Triplo (TSP), que também registraram aumentos de preço devido à maior demanda. De acordo com o RaboResearch, o MAP deve subir 18%, o SSP 6% e o TSP 23%.
O KCl também deve apresentar uma alta de cerca de 13% em relação à safra anterior.
Essa valorização ocorre após um ano de preços bastante reduzidos, indicando uma correção de mercado.
Outro fertilizante que deve encarecer é a ureia, especialmente pensando no milho safrinha. Após o ataque dos Estados Unidos ao Irã, os preços da ureia dispararam e, desde então, têm se mantido elevados, impulsionados pela forte demanda do mercado brasileiro e, em especial, do mercado indiano.
Apesar do aumento nos custos dos fertilizantes, a demanda no Brasil segue aquecida. Segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), as entregas de fertilizantes entre janeiro e maio deste ano somaram 15,8 milhões de toneladas, o maior volume já registrado para o período, 12% acima da média dos últimos cinco anos. Em relação às importações, os volumes entre janeiro e julho também são recordes, totalizando 24,0 milhões de toneladas, cerca de 16% acima da média dos últimos 5 anos.
Com base nos dados de entrega e importação, mesmo diante de um cenário financeiro mais apertado para muitos produtores, a expectativa é de que 2025 registre um novo recorde nas entregas de fertilizantes.
Pontos de Atenção
Geopolítica deve seguir sendo um dos principais pontos de atenção para o mercado. As possíveis sanções secundárias que podem ser impostas a países que negociam com a Rússia podem trazer riscos ao Brasil, mas somente para o próximos meses, se realmente implementadas.
Os preços da ureia seguem elevados, o que pode afetar a demanda para o milho safrinha. Até julho de 2025, o Brasil importou 3,0 milhões de toneladas de ureia, volume 16% abaixo da média dos últimos cinco anos. O principal período de importação ocorre entre julho e novembro, o que possibilita uma recuperação.
Fertilizantes seguem em tendência de alta
Preços dos fertilizantes - mercado internacional agosto 2023 – agosto 2025

Entrega de fertilizantes ao consumidor final
