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Clima - Agroinfo Junho 2025

7 janeiro 2018 17:02 RaboResearch

As chuvas de abril favoreceram o desenvolvimento do milho safrinha e do algodão, enquanto o clima mais seco em maio contribuiu para o avanço da colheita do café e da cana-de-açúcar.

Intro

Condições climáticas favorecem as lavouras

Entre abril e junho de 2025, o Brasil passou por uma transição climática marcada por fortes contrastes regionais, impactando a agricultura. As chuvas de abril foram intensas no Norte, no norte do Nordeste, no oeste do Centro-Oeste e no leste do Sudeste, favorecendo a umidade do solo. Em contrapartida, o interior do Nordeste e o Sul enfrentaram um clima mais seco.

Em maio, a precipitação concentrou-se no centro-norte da Região Norte, no leste do Nordeste e no Rio Grande do Sul, enquanto outras áreas registraram baixos volumes e temperaturas elevadas — especialmente no Nordeste, com máximas acima de 36 °C.

Com o fim da colheita da soja, as chuvas de abril favoreceram o plantio das culturas seguintes. Desde então, o milho safrinha e o algodão têm se beneficiado das condições climáticas, com precipitações regulares nas principais regiões produtoras, o que elevou as estimativas de produtividade e o desempenho geral das safras.

Mesmo com a redução típica das chuvas durante a estação seca, pastagens em estados como Pará e Goiás continuam mantendo o rebanho em boas condições, fortalecendo a posição dos pecuaristas no mercado.

Nas regiões cafeeiras, maio foi seco — com exceção do Espírito Santo — o que beneficiou a colheita do conilon, já em ritmo acelerado, enquanto a do arábica estava apenas começando. Junho trouxe umidade leve a algumas áreas e, com a chegada do inverno, aumentam os riscos de geada, embora ainda não haja previsão. Já no cinturão citrícola paulista, as chuvas recentes e as temperaturas amenas em junho favorecem o início da safra 2025/26.

Nos estados produtores de cana, o tempo seco em maio permitiu o avanço da colheita. A expectativa é de continuidade desse padrão nos próximos meses, com atenção aos riscos de geada em julho e agosto. Os rendimentos de maio e junho são especialmente aguardados, pois costumam marcar o pico da produtividade da safra.

Olhando para frente, o próximo trimestre (junho-julho-agosto) será marcado por temperaturas acima da média em todo o país, com chuvas irregulares — concentradas no litoral do Nordeste e no extremo norte do Brasil. O déficit hídrico tende a se intensificar nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e interior do Nordeste. Já o Sul e parte do Norte devem manter melhores condições de umidade no solo.

Pontos de Atenção

    Segundo o último relatório da NOAA, o fenômeno ENSO está em condição neutra. Há 82% de chance de que essa neutralidade persista durante o inverno (junho a agosto) e possibilidade de que se estenda até o verão de 2025/26, embora com menor grau de confiança (48% para neutralidade e 41% para La Niña entre novembro e janeiro).

    Com a chegada do inverno, torna-se importante o monitoramento do risco de geadas, especialmente para as culturas de cana-de-açúcar, café e laranja.

Clima

Previsão de Anomalias de Precipitação (mm) Junho – Julho – Agosto

Fig 1
Fonte: INMET

Previsão de Anomalias de Temperatura (ºC) Junho – Julho – Agosto

Fig 2
Fonte: INMET

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