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Boi - Agroinfo Junho 2025

7 janeiro 2018 17:02 RaboResearch

Os embarques de carne bovina seguem em ritmo recorde, enquanto a oferta desacelera. Os preços do boi gordo devem atingir o menor patamar do ano no 2º trimestre, com expectativa de recuperação a partir do 3º trimestre de 2025.

Intro

Exportações sustentam níveis recordes de volume e receita

As exportações brasileiras de carne bovina mantiveram-se aquecidas até maio de 2025, com volumes e receitas recordes para o período. De janeiro a maio, os embarques totalizaram 1,2 milhão de toneladas, um aumento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a receita alcançou US$ 5,8 bilhões, um crescimento de 22% no mesmo intervalo.

Dados parciais de junho, até a primeira quinzena, indicam que a média diária dos embarques está 22% acima do mesmo período de 2024, e os preços médios estão 21% maiores (cerca de US$ 5.411/tonelada). Ou seja, há sinais claros de que a demanda externa pela carne brasileira segue aquecida, e os embarques têm operado em um novo patamar nesta primeira metade do ano.

A China manteve-se como principal destino da carne bovina brasileira, respondendo por 42% do volume total exportado no acumulado do ano — um aumento de 5% em relação ao mesmo período de 2024. Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, com destaque para abril, quando as exportações atingiram um volume recorde de cerca de 48 mil toneladas, resultando em um salto acumulado de 151% em relação ao ano anterior e elevando a participação dos EUA para 14% do total exportado no ano.

O Chile segue como o terceiro maior comprador, com aumento de 28%, totalizando 49 mil toneladas e representando 4% do total comercializado.

Pelo lado da oferta, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o 1º trimestre de 2025 mostram que, na comparação anual, o aumento na oferta de carne bovina esteve associado ao crescimento de 6,5% na produção de vacas — mas principalmente nas categorias mais jovens, como novilhas e novilhos, que elevaram a oferta em 17% e 7%, respectivamente. Enquanto isso, a oferta de machos recuou 3%, compensando parcialmente o movimento de alta.

Dados preliminares de abates sob inspeção sanitária federal (SIF) em março e abril indicam estabilidade na produção na comparação anual (+0,05%).

Para os próximos meses, o mercado futuro do boi gordo sinaliza recuperação de preços, impulsionada pela queda na oferta de gado a pasto e pela demanda sazonal aquecida, tanto externa quanto interna. A competitividade frente às carnes de frango e suína deve diminuir, diante da expectativa de preços mais altos para a carne bovina na segunda metade do ano. Os níveis de consumo doméstico serão determinantes para o patamar de recuperação dos preços do boi gordo.

Pontos de Atenção:

    Em 19 de junho, o Brasil retomou o status de país livre da gripe aviária de alta patogenicidade (GAAP), o que deve permitir a retomada gradual das exportações de frango e reduzir a pressão sobre os preços da carne bovina. A recente desvalorização do milho, impulsionada pelo aumento da oferta local, tem elevado as projeções de margem para o confinamento, o que deve manter os estímulos ao confinador, apesar da expectativa de menor oferta de gado para engorda.

Embarques seguem em forte ritmo

Indicador de Preços do Boi Gordo

Fig 13
Fonte: CEPEA, Rabobank

Exportações brasileiras acumuladas de Carne Bovina

Fig 14
Fonte: Secex, Rabobank

Disclaimer

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